sábado, 5 de março de 2016

As 5 linguagens do amor



O que gera problemas na compreensão da expressão de amor entre os casais? 
Você sabe qual é a sua linguagem do amor? E a do seu parceiro? 
Embora o amor seja visto como a linguagem universal, ele tem seus próprios dialetos. 
Desvendar seus mistérios irá levá-lo a descobertas que podem tornar sua relação ainda mais feliz!

Quando estamos num país cujo idioma não dominamos, recorremos à mímica, com expressões faciais e corporais, sons, desenhos. Há ainda a possibilidade de nos comunicarmos usando um terceiro idioma, comum a ambas as partes. Esse quadro nos leva imediatamente a concluir a importância de conhecermos mais do que apenas o idioma nativo se desejamos visitar outros países. Tal situação é muito diferente da facilidade que sentimos ao nos comunicar com nossos conterrâneos, não é mesmo? Falamos e somos entendidos; ouvimos e compreendemos o que é dito instantaneamente.


No amor não é diferente, pode acreditar.

Entre muitos casais é clássica a frase “por mais que eu faça ou fale, ele não me entende”. E também “ela não acredita que a amo.” Além de “não sei mais o que fazer para mostrar que o amo.”

O amor é alimento para a alma. Tempero da vida. E quanto se tenta descrevê-lo, defini-lo, compreendê-lo! Mas será possível entender com a mente o que habita o coração? Afinal nos rendemos e concordamos: “o amor tem razões que a própria razão desconhece”.

Amar deveria ser simples, natural, fluido. Ok, mas por que então esse sentimento vital à nossa felicidade gera tanta incompreensão e sofrimento?

Talvez amar seja semelhante a explorar novos territórios.Talvez precisemos aprender algumas coisas básicas antes de empreendermos a viagem rumo à conquista do desconhecido coração do ser amado. E talvez, sim, o amor ocupe espaço não apenas no coração, mas também na mente.

A dinâmica da comunicação amorosa tem sido estudada incansavelmente. E muito já se descobriu, é verdade. Conhecer um pouco mais sobre o que se denomina de “linguagens do amor” poderá revelar muitas respostas a você.

Foram identificadas cinco formas básicas que as pessoas empregam para expressar esse sentimento tão precioso. Uma delas é a sua linguagem principal, a forma que mais faz com que você se sinta amado e que você mais usa para expressar seu amor. Uma delas, talvez a mesma, ou não, é a linguagem principal do seu parceiro. Então, acredito que pode ser muito, muito útil conhecer outras linguagens além da sua, não concorda?

Se você identifica como o outro manifesta e expressa seu amor, poderá ter uma melhor noção dos sentimentos que ele nutre por você. Ainda que ele não demonstre como você gostaria, ou seja, ainda que ele não use a mesma linguagem que você para se declarar nas ações do cotidiano.

Em geral, a principal linguagem do amor de uma pessoa tem origem em sua família, é a linguagem empregada pelos pais desde antes de o indivíduo nascer; a linguagem que eles trouxeram dos pais deles é a linguagem ensinada aos filhos nas mínimas ações e comportamentos do dia-a-dia. No entanto, a primeira linguagem de amor de uma pessoa pode ser justamente o que ela não recebeu na infância.


Vamos entender melhor isso.

Certamente você irá se identificar em maior ou menor grau com mais de uma linguagem, mas uma será predominante. E ao identificar a primeira linguagem de seu parceiro poderá perceber, repentinamente, que você é infinitamente mais amado do que imaginava!

Palavras de afirmação – eu cresci encontrando bilhetinhos da minha mãe no meio das minhas coisas...na lancheira, nas gavetas... que delícia! “Filha, eu te amo”, “Filha, você é maravilhosa!”

Não entendia nada na época e até achava aquilo chato. Hoje reconheço a profundidade dessas expressões de amor e reconhecimento e compreendo a origem do grande peso que dou às palavras. Imaginem , então, qual é a importância das palavras de afirmação nas minhas relações!

Você conhece o slogan “gentileza gera gentileza”? Pois bem, o mesmo acontece com palavras de reconhecimento, de gratidão, de encorajamento, elogios. São injeções de ânimo, levantam o moral, alegram a alma. E são tão fáceis de oferecer! E além de faladas podem ser escritas em bilhetinhos deixados sorrateiramente nos bolsos, na carteira, no espelho do banheiro, no armário da cozinha, no painel do carro. Mensagens podem ser deixadas no MSN, enviadas por e-mail ou mesmo por telegrama... é só ter criatividade e ver o que combina mais com você! Um torpedo apaixonado ou mesmo sensual passado no meio da tarde pode fazer milagres por um relacionamento estremecido!

Pense em quantas coisas bacanas seu parceiro faz por você. Certamente você fará uma grande lista. Mas, te pergunto: costuma dizer a ele como essas coisas são importantes e o quanto você é grato a ele por isso? Escolha a forma adequada e experimente manifestar sua gratidão. Fale no momento certo, no instante exato em que sabe que ele ouvirá e que, portanto, terá mais chances de ser tocado. E não cobre retorno. Isso acontecerá naturalmente. “Nossa, como você está cheiroso!” É um elogio que pode não gerar resposta imediata. Mas talvez, algumas luas mais tarde, você receba um inesperado “Uau, você está uma gata!”

Para algumas pessoas elogios, declarações de amor, palavras gentis e de agradecimento não têm qualquer sentido. Para essas pessoas “palavras de afirmação” não compõem a primeira linguagem. Mas todos podem aprender através da convivência com o exemplo.

Então, se essa é a sua linguagem, tenha paciência – use-a sempre que tiver oportunidade e sim, certamente seu parceiro aprenderá.

Agora, se ao ler isto você perceber que esta é a primeira linguagem do seu parceiro, mas não é a sua, ótimo! Identificar é o primeiro passo – você pode ficar atento às suas atitudes e incluir esta linguagem em sua vida para deixá-lo mais feliz, mais confiante dos sentimentos que você tem por ele. Ao usar a linguagem do outro você fortalecerá a auto-estima dele, e isso o deixará muito mais receptivo.

Tempo de Qualidade – Quando eu era adolescente, escrevia poesias. Ainda escrevo. Na época, minha mãe se sentava pacientemente ao meu lado quando eu pedia que ela me ouvisse ler o que eu havia escrito. E atendia prontamente quando eu pedia que ela lesse em voz alta os meus poemas para que eu pudesse alterá-los.Tempo de absoluta qualidade. Aprendi e ofereço na mesma proporção em que gosto de receber.

Muitos casais ficam no sofá assistindo filmes durante o final de semana inteiro e dizem que ficaram juntos. Dedicando toda a atenção... ao monitor da TV! Nada de olho no olho, conversa ao pé do ouvido, raramente um carinho gratuito. E uma sensação de vazio toma conta das pessoas, como se tivessem ficado sozinhas naquele tempo todo.

Tempo de qualidade significa estar integralmente com alguém, ainda que por pouco tempo. É comum vermos pais que chegam em casa cansados ou com trabalho a fazer. Estão ali fisicamente, na sala ou no quarto, os filhos em volta... mas é como se as crianças fossem invisíveis, não recebem sequer um olhar do pai que está ocupado ou relaxando.

Tempo de qualidade é falar e ouvir sem pressa, sem tempo marcado, sem distrações, olhando no olho do outro, e não com o olhar vagando pela sala ou resvalando a cena do programa de televisão. Claro que não estou falando de olho no olho o tempo todo, mas também de realizar atividades juntos, reservar um momento sem interferências – um esporte, um passeio de mãos dadas, um cinema, um show. O futebol com o filho, um passeio no parque com as crianças.

Conversas de qualidade fazem parte da linguagem “tempo de qualidade”, e aí costuma estar a falha nas relações em que uma das partes diz “poxa, nunca conversamos.” Certamente, esse que reclama tem no “tempo de qualidade” sua principal linguagem do amor. Lembre-se de uma coisa importante: conversar não é aconselhar ou propor soluções – na maioria das vezes, as pessoas querem desabafar e receber apenas solidariedade, afeto, aceitação. E nesses momentos, acredite, desligar a TV faz toda a diferença. Tempo de qualidade: essa é a sua primeira linguagem do amor? Se não é, pode ser a do seu parceiro. Avalie.

Presentes – Adoro presentear e ser presenteada. Na minha casa crescemos acostumados a nos presentear em datas específicas, como aniversários e Natal. Mas sinto um enorme prazer em sair e procurar um presente para alguém, mesmo sem razões específicas.

Então, "presentes" é sim, exatamente isso, algo material que você pode tocar e se lembrar da pessoa - de uma pessoa que parou para pensar em você no momento em que comprou aquilo que hoje está em suas mãos! Algumas pessoas valorizam muito um presente como símbolo visual do amor, e geralmente gostam de presentear e têm muita facilidade para escolher presentes. Outras, no entanto, não dão qualquer importância a isso e, consequentemente, costumam dizer que têm dificuldades no momento de escolher o que comprar.

Para quem tem “presentes” como principal linguagem do amor, não importa se o presente foi comprado, achado, ou feito por quem está presenteando; é importante em datas especiais e ainda mais importante em surpresas inesperadas – acima de tudo, essa pessoa valoriza receber algo de material que mostre que ela foi lembrada num determinado momento. Não importa o preço, o valor é totalmente emocional. Exercite presentear se perceber que seu parceiro valoriza isso – se ele te presenteia, é porque também gosta de receber na mesma medida em que dá.

Um dos dialetos da linguagem “presentes” é um presente sem preço, impagável aliás, que se denomina presença – estar ao lado do outro no momento exato que ele precisa e durante todo o tempo que ele precisar. Isso pode significar a necessidade de desmarcar algum outro compromisso ou lazer. Para quem dá, pode parecer um sacrifício ter que abrir mão de um prazer para apoiar seu companheiro. Mas para quem desfruta da presença num momento de necessidade, será inesquecível. Assim como será inesquecível se o parceiro não estiver lá no momento de necessidade.

Quando um dos lados diz coisas do tipo “ele gosta mais do futebol do que de mim”, ou “ele gosta mais de andar de moto com os amigos do que de ficar comigo”, ou “acho que ela gosta mais da família dela do que de mim”, ou talvez “acho que as amigas são mais importantes para ela do que eu”... pode ser um indício de que para essa pessoa “presente” é a primeira linguagem do amor.

Então, se é a sua linguagem, deixe sempre claro para seu parceiro quando e quanto precisa da presença dele. Se “presente” é a primeira linguagem do amor de seu parceiro, fique atento aos apelos e sinais dele para que uma ausência “inconveniente” não se transforme numa história sem fim.

Atos de serviço – Na minha época de frequentar bailes, lá pelos meus 14 ou 15 anos, meu pai era absolutamente dedicado à tarefa de motorista – me levava a todos os lugares e, fosse a hora que fosse, ia me buscar. E ainda entregava meus amigos de porta em porta, já que poucos pais tinham tanta disposição para acordar às 3hs da manhã e pegar o carro.

Pelo exemplo, aprendi e compartilho também dessa linguagem.

Atos de serviço, portanto, abrangem das coisas mais banais às quase heróicas! Lavar a louça, fazer a manutenção do carro, pintar as paredes, tirar o lixo, lavar roupa, cuidar das necessidades do cachorro, trocar os móveis de lugar, fazer um bolo, ir ao supermercado, fazer a feira, consertar um móvel quebrado, preparar um jantar especial, pregar uma prateleira, fazer a comida das crianças, limpar a casa... simples assim essa linguagem, não é mesmo? Mas creia, nem todos a compreendem.

Servir, para algumas pessoas, é um ato de amor. Para quem não tem “atos de serviço” como linguagem principal do amor, isso tudo poderá ser visto como uma simples relação de tarefas e obrigações. Estará instalada a desarmonia!

Quem não reconhece um ato de serviço como expressão de amor, normalmente não executará atos de serviço como manifestação de amor. Vale ressaltar que atos de serviço podem ser solicitados, mas jamais cobrados – o servir é feito por amor. E numa relação quando se ouve “ele deixou de fazer coisas que antes fazia. Deixou de me ajudar”, ou “ela sempre fazia o meu bolo favorito e não faz mais”... é sinal de que a principal linguagem do amor é “atos de serviço” e essa comunicação está interrompida.

Toque físico – Já crescida, por volta dos 20 anos, eu ainda gostava de deitar no colo da minha mãe para receber cafuné enquanto assistia televisão. Adoro um cafuné. E adoro fazer cafuné. Aprendi.

É mais do que conhecida a importância do toque físico para os bebês - sabe-se que desenvolvem uma vida emocional mais saudável quando não são deixados muito tempo sem contato físico. Acredite: muitos crescem e mantêm essa como primeira linguagem do amor.

Sexo é o campeão dos dialetos na linguagem do “toque físico”. Mas há outros, como cafuné, massagem nos pés ou nas costas e não necessariamente focados no ato sexual como um fim. E há muitas formas de toque, cada uma transmitindo diferentes sensações – boas e ruins. Então, nessa linguagem, é preciso captar o dialeto do parceiro e a forma do toque... ou o tiro poderá sair pela culatra!

Há quem não suporte ser tocado, por exemplo, fora da relação sexual. Há quem ache que todo toque deve levar a uma relação sexual. Há quem adore toques físicos gratuitos, sem qualquer associação com sexo. Talvez esta seja uma das linguagens com mais nuances, que requer melhor avaliação e conhecimento do outro. Tem a ver com intimidade, confiança, exposição. Vulnerabilidade.

Para quem tem “toque físico” como linguagem principal do amor, com um dialeto não focado em sexo, receber um abraço num momento de tristeza ou dor não poderá jamais ser substituído por presentes materiais, palavras de consolo ou serviços.

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Identificando a sua primeira linguagem do amor
e a do parceiro

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Para alguns será muito fácil se perceberem em alguma das definições e até poderão, muito rapidamente, identificar a primeira linguagem do amor de seu parceiro.

Algumas pessoas, no entanto, poderão ficar em dúvida entre um tipo e outro, acreditando que ambas têm a mesma importância. Se este for o seu caso, faça uma lista do que é importante para você em cada linguagem, e então imagine sua vida sem os itens de uma e depois sem os itens da outra. Questione basicamente o que é que seu parceiro faz que leva você a se sentir amado. E avalie a história de sua relação para perceber quais têm sido sua principais exigências (reclamações) ao seu parceiro. Não restarão dúvidas a respeito de quais são seus reais valores e terá identificado sua linguagem.

Num segundo momento trabalhe para identificar a linguagem do seu parceiro fazendo a ele as mesmas perguntas que fez a você. E poderão conversar muito a respeito!

Seja qual for a sua primeira linguagem do amor, outras terão importância, ainda que com pesos variados. E sempre é tempo de aprender uma nova linguagem!

Amar o outro na linguagem dele pode transformar um relacionamento condenado numa verdadeira história de amor. Pode fazer emergir o que há de melhor em cada um, trazendo à tona o que, lá atrás, fez com que se apaixonassem, trazendo ao amor o mesmo brilho e vida do começo da relação.

(Neste espaço fiz apenas um breve resumo deste tema tão importante. Recomendo, sinceramente, que você aprofunde estas informações se deseja efetivamente conhecer-se mais e conhecer melhor seu parceiro a fim de harmonizar a comunicação entre vocês no dia-a-dia. Há muitas nuances que não puderam ser abordadas por falta de espaço. Então, sugiro a leitura de “As cinco linguagens do Amor”, de Gary Chapman , Ed. Mundo Cristão)

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