domingo, 23 de julho de 2017

Minha pedra é ametista, minha cor o amarelo






O medo, sob vários disfarces, leva o homem a buscar formas de prever tudo o que puder a fim de se  defender do negativo e otimizar o positivo.

Talvez os maiores monstros estejam escondidos em seu próprio armário.

E se for mesmo assim, com que energia você tem alimentado seus monstrinhos de estimação?








Em 1977/78 a voz de João Bosco declarava em todas as rádios brasileiras... “Minha pedra é Ametista, minha cor o amarelo...”
O Astro, de Janete Claire, fez crescer ainda mais a natural curiosidade do povo brasileiro em relação ao misticismo/esoterismo, ainda que sem qualquer discernimento. O remake que foi ao ar em Julho de 2011, com roupagem moderna, repetiu o sucesso global.

Evitando julgamentos éticos a respeito dos personagens, convenhamos: a Astrologia tem estado na moda desde a antiga Babilônia. Suméria! E lado a lado caminham outras mancias e ferramentas de suporte que prometem nos ajudar a lidar com o futuro, com os perigos desconhecidos e oportunidades que tentamos antecipar: a pedra e a cor do signo, o dia da semana e os números mais favoráveis, os banhos e bendições, as cartas, só para citar algumas.

Cristais e cores são usados desde a época da Atlântida, e entre verdades e superstições sobrevivem vibrantes, intrigantes, no imaginário coletivo.

O desejo de prever o futuro, cercar-se de ‘boa sorte’, proteger-se do mal, da inveja, do olho gordo, defender-se dos inimigos ocultos e revelados são necessidades que desenvolvemos para combater o medo ancestral que habita o coração humano – o medo do futuro, o medo do desconhecido, o medo do novo, o medo da falta, o medo de fracassar, o medo de errar, o medo da doença, o medo de amar, o medo da morte, o medo... da vida!

Medo. Ele mesmo talvez seja a pior das doenças – uma doença da alma! Uma emoção que parece ser a raiz mais profunda de todas as doenças humanas - serão todos os outros males, então, meros sintomas dela?

Uma disfunção renal, um problema no fígado, mau-funcionamento do pâncreas, depressão... é grande a lista de desequilíbrios físicos, mentais e emocionais... São tantos os possíveis medos!


O medo, em sua essência, tem uma função positiva, sim. Pense só: como teria o homem primitivo, nas cavernas, sobrevivido à hostilidade do ambiente externo – clima, animais selvagens – se o ‘instinto de sobrevivência’ não tivesse tornado seus passos cuidadosos?

Mas afinal, como é que o saudável e necessário instinto de sobrevivência se expandiu a ponto de se tornar tão limitante? Pelo exagero desse mesmo instinto, pela exacerbação da necessidade de autopreservação. O medo, portanto, ao invés de nos proteger, tornou-se uma emoção que nos limita.

Limita o amor que damos, pois tememos não ser correspondidos. Limita nosso progresso profissional, pois tememos arriscar maiores vôos. Limita a felicidade. Limita a entrada do novo. Limita a realização. Limita a espontaneidade. E de tanto limitar, acaba por afetar nosso metabolismo, nossos órgãos, nossa saúde física, mental e emocional, limitando por fim nossa qualidade de vida.
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“O medo anda por dentro do teu coração...
Faca de ponta e meu punhal que corta
E o fantasma escondido no porão” (Belchior)
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E quantos são os monstros – que nos metem tanto medo - que alimentamos dentro do armário do quarto? Monstros que fazem barulhos horríveis quando vamos dormir! É como se eles esperassem o momento... e aí, mal colocamos a cabeça no travesseiro, eles começam a agir: pancadas na porta, passos, gritos, urros, uivos... 

Traduzindo o que eles dizem: lembranças incômodas, pensamentos repetitivos, julgamentos, autocrítica, diálogos internos, criação de diálogos que não realizamos, mas que gostaríamos de ter desenvolvido com alguém... tantos ruídos!  

Esses monstros tiram nosso sono, transformam sonhos em pesadelos, nos levam a fantasiar sequências pessimistas em relação ao futuro, ativam o nível mais denso da nossa imaginação nos conectando com toda sorte de pensamentos negativos.

E para nos proteger de tantos e tão poderosos e assustadores monstros erguemos muralhas, barreiras, nos escondemos atrás de escudos (couraças musculares), nos armamos até os dentes - afiamos garras e palavras, ou amolecemos feito gelatina; assumimos posturas corporais de defesa, nossa audição se torna seletiva e passamos a ouvir o que nos convém dentro dessa realidade paralela que criamos. E o que menos queremos, afinal, é encarar esses monstros! De pertinho, então... afff! Nem no pior dos mundos!

Muitas vezes essa situação nos leva a gastar um tempo precioso na tentativa de adivinhar de onde eles vêm... quem os mandou para nos assustar? E outro tanto de tempo gastamos na busca de ferramentas de defesa e prevenção contra o que vem de fora.

De fora? Mas os monstros afinal estão dentro... no nosso armário!


Fico pensando, pensando e arrisco uma saída: uma boa faxina nesse armário, retirando o que serve de alimento aos monstros talvez os fizesse partir... Talvez, então, isso pudesse ser mais eficiente do que um escudo de laser para impedir a entrada do inimigo – afinal, se o perigo já está dentro, isso faz sentido, não é mesmo?


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“Queira! Basta ser sincero e desejar profundo!”
                                                                        (Raul Seixas)
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Quando se lida com energia, é importante respeitar uma regra básica que diz: a energia está onde está nossa atenção. Experimente você mesmo! É fácil!

Observe um exemplo bem simples. Quando estamos com alguma dor tendemos a ficar ‘sentindo’ a dor, ‘pensando’ na dor, e com isso focamos nela nossa atenção – e assim a alimentamos e ela se fortalece, aumenta, intensifica. Se decidimos mudar o foco – ler um livro, ouvir uma música, conversar com alguém sobre outras coisas - pronto, já teremos ficado alguns momentos sem ‘percebê-la. Ela, a dor, ainda está lá, mas não a alimentamos durante aqueles instantes em que escolhemos deslocar a atenção.

Então, um bom primeiro passo nessa jornada para aprendermos a lidar com os monstros pode ser começar a limpeza, tirando do armário o principal sustento deles: nossa atenção. Tirando a atenção, paramos de energizá-los. E isso nos dará uma merecida pausa, um período no qual a nossa energia poderá ser concentrada em nós mesmos e usada na busca de soluções reais.

Se não me engano, é tibetano o ditado que diz “se um problema não tem solução, não preciso pensar nele. Se um problema tem solução, não preciso pensar nele”. Num ou noutro caso, está resolvido!

Isso é bem diferente de ignorar as questões da vida. Tem a ver com evitar (pré)ocupação. Confiar que tudo será encaminhado da melhor forma e no melhor momento é uma maneira de fortalecer a decisão de tirar a atenção de uma dor específica.

Se você sabe que está fazendo o melhor que pode numa situação qualquer, ou seja, se já está medicado, confie e libere o tema, libere as pessoas envolvidas, libere a dor! Ocupe sua mente com outra tarefa.

Focar na confiança ao invés de focar no medo pode fazer toda a diferença! Experimente! Tente! Negar o medo não o elimina. Mas variar o foco enfraquecerá os monstros que assustam! E sabe o que acontecerá? Esses monstros terão que aprender a se alimentar de otimismo, de alegria, de confiança. E vão ter que fazer fila indiana – cada um em seu momento será cuidado, abraçado e encaminhado.

Amanhã cedo, lembre-se de consultar o que dizem os astros sobre seu dia. Mas atenção: os astros apontam, alertam, mas não determinam. E as cores e os cristais têm energias muito benéficas que podem começar a nutrir seus monstros com esse novo tipo de alimento.

Quer exemplos de ingredientes para começar a praticar a nova culinária? O cristal conhecido como Ametista transmuta energia negativa em positiva. O amarelo, seja pela vibração da cor seja pelo uso de uma gema chamada Citrino, energiza o plexo solar e fortalece o poder pessoal e a autoconfiança.

Vamos lá!

O que impede você de experimentar a alegria agora?

Mudar a dieta desses barulhentos e assustadores seres só depende de você e isso vai fazer melhorar, como num passe de mágica, a qualidade de muitas áreas de sua vida.

Ainda vamos detalhar muito a composição dessa dieta em outras conversas... Até lá, coloque seus monstros de regime!

(originalmente publicado na Revista Digital UP-Universos Paralelos, 2011)

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