O medo, sob vários disfarces, leva o homem a buscar formas de prever tudo o que puder a fim de se defender do negativo e otimizar o positivo.
Talvez os maiores monstros estejam escondidos em seu próprio armário.
E se for mesmo assim, com que energia você tem alimentado seus monstrinhos de estimação?
Em 1977/78 a voz de João Bosco declarava em
todas as rádios brasileiras... “Minha pedra é Ametista, minha cor o amarelo...”
O Astro, de Janete Claire, fez crescer
ainda mais a natural curiosidade do povo brasileiro em relação ao misticismo/esoterismo,
ainda que sem qualquer discernimento. O remake que foi ao ar em Julho de 2011, com
roupagem moderna, repetiu o sucesso global.
Evitando
julgamentos éticos a respeito dos personagens, convenhamos: a Astrologia tem
estado na moda desde a antiga Babilônia. Suméria! E lado a lado caminham outras
mancias e ferramentas de suporte que prometem nos ajudar a lidar com o futuro,
com os perigos desconhecidos e oportunidades que tentamos antecipar: a pedra e
a cor do signo, o dia da semana e os números mais favoráveis, os banhos e
bendições, as cartas, só para citar algumas.
Cristais
e cores são usados desde a época da Atlântida, e entre verdades e superstições sobrevivem
vibrantes, intrigantes, no imaginário coletivo.
O
desejo de prever o futuro, cercar-se de ‘boa sorte’, proteger-se do mal, da
inveja, do olho gordo, defender-se dos inimigos ocultos e revelados são necessidades
que desenvolvemos para combater o medo ancestral que habita o coração humano – o
medo do futuro, o medo do desconhecido, o medo do novo, o medo da falta, o medo
de fracassar, o medo de errar, o medo da doença, o medo de amar, o medo da
morte, o medo... da vida!
Medo.
Ele mesmo talvez seja a pior das doenças – uma doença da alma! Uma emoção que
parece ser a raiz mais profunda de todas as doenças humanas - serão todos os outros
males, então, meros sintomas dela?
Uma disfunção renal, um problema no fígado, mau-funcionamento do
pâncreas, depressão... é grande a lista de desequilíbrios físicos, mentais e
emocionais... São tantos os possíveis medos!
O medo, em sua essência, tem uma função
positiva, sim. Pense só: como teria o homem primitivo, nas cavernas,
sobrevivido à hostilidade do ambiente externo – clima, animais selvagens – se o
‘instinto de sobrevivência’ não tivesse tornado seus passos cuidadosos?
Mas
afinal, como é que o saudável e necessário instinto de sobrevivência se expandiu a ponto de se tornar tão limitante? Pelo exagero desse mesmo instinto, pela
exacerbação da necessidade de autopreservação. O medo, portanto, ao invés de
nos proteger, tornou-se uma emoção que nos limita.
Limita
o amor que damos, pois tememos não ser correspondidos. Limita nosso progresso
profissional, pois tememos arriscar maiores vôos. Limita a felicidade. Limita a
entrada do novo. Limita a realização. Limita a espontaneidade. E de tanto
limitar, acaba por afetar nosso metabolismo, nossos órgãos, nossa saúde física,
mental e emocional, limitando por fim nossa qualidade de vida.
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“O medo anda por dentro do teu coração...
Faca de ponta e meu punhal que corta
E o fantasma escondido no porão” (Belchior)
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E quantos são os monstros – que nos metem tanto medo - que alimentamos dentro do armário do quarto? Monstros que fazem barulhos horríveis quando vamos dormir! É como se eles esperassem o momento... e aí, mal colocamos a cabeça no travesseiro, eles começam a agir: pancadas na porta, passos, gritos, urros, uivos...
Traduzindo o que eles dizem: lembranças
incômodas, pensamentos repetitivos, julgamentos, autocrítica, diálogos
internos, criação de diálogos que não realizamos, mas que gostaríamos de ter
desenvolvido com alguém... tantos ruídos!
Esses monstros tiram nosso sono, transformam sonhos em pesadelos, nos levam a fantasiar sequências pessimistas em relação ao futuro, ativam o nível mais denso da nossa imaginação nos conectando com toda sorte de pensamentos negativos.
E para nos proteger de tantos e tão poderosos e assustadores monstros erguemos muralhas, barreiras, nos escondemos atrás de escudos (couraças musculares), nos armamos até os dentes - afiamos garras e palavras, ou amolecemos feito gelatina; assumimos posturas corporais de defesa, nossa audição se torna seletiva e passamos a ouvir o que nos convém dentro dessa realidade paralela que criamos. E o que menos queremos, afinal, é encarar esses monstros! De pertinho, então... afff! Nem no pior dos mundos!
Muitas vezes essa situação nos leva a gastar um tempo precioso na tentativa de adivinhar de onde eles vêm... quem os mandou para nos assustar? E outro tanto de tempo gastamos na busca de ferramentas de defesa e prevenção contra o que vem de fora.
De fora? Mas os monstros afinal estão dentro... no nosso armário!
Fico
pensando, pensando e arrisco uma saída: uma boa faxina nesse armário, retirando
o que serve de alimento aos monstros talvez os fizesse partir... Talvez, então,
isso pudesse ser mais eficiente do que um escudo de laser para impedir a
entrada do inimigo – afinal, se o perigo já está dentro, isso faz sentido, não
é mesmo?
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“Queira! Basta ser sincero e desejar
profundo!”
(Raul Seixas)
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Quando
se lida com energia, é importante respeitar uma regra básica que diz: a energia
está onde está nossa atenção. Experimente você mesmo! É fácil!
Observe
um exemplo bem simples. Quando estamos com alguma dor tendemos a ficar
‘sentindo’ a dor, ‘pensando’ na dor, e com isso focamos nela nossa atenção – e
assim a alimentamos e ela se fortalece, aumenta, intensifica. Se decidimos
mudar o foco – ler um livro, ouvir uma música, conversar com alguém sobre
outras coisas - pronto, já teremos ficado alguns momentos sem ‘percebê-la. Ela,
a dor, ainda está lá, mas não a alimentamos durante aqueles instantes em que
escolhemos deslocar a atenção.
Então,
um bom primeiro passo nessa jornada para aprendermos a lidar com os monstros
pode ser começar a limpeza, tirando do armário o principal sustento deles:
nossa atenção. Tirando a atenção, paramos de energizá-los. E isso nos dará uma
merecida pausa, um período no qual a nossa energia poderá ser concentrada em
nós mesmos e usada na busca de soluções reais.
Se
não me engano, é tibetano o ditado que diz “se um problema não tem solução, não
preciso pensar nele. Se um problema tem solução, não preciso pensar nele”. Num
ou noutro caso, está resolvido!
Isso
é bem diferente de ignorar as questões da vida. Tem a ver com evitar
(pré)ocupação. Confiar que tudo será encaminhado da melhor forma e no melhor
momento é uma maneira de fortalecer a decisão de tirar a atenção de uma dor
específica.
Se
você sabe que está fazendo o melhor que pode numa situação qualquer, ou seja,
se já está medicado, confie e libere o tema, libere as pessoas envolvidas,
libere a dor! Ocupe sua mente com outra tarefa.
Focar na confiança ao invés de focar no medo pode fazer toda a
diferença! Experimente! Tente! Negar o medo não o elimina. Mas variar o foco enfraquecerá os monstros que assustam! E sabe o que acontecerá? Esses monstros terão que aprender a se alimentar de otimismo, de alegria, de confiança. E vão ter que fazer fila indiana – cada um em seu momento será cuidado, abraçado e encaminhado.
Amanhã cedo, lembre-se de consultar o que dizem
os astros sobre seu dia. Mas atenção: os astros apontam, alertam, mas não
determinam. E as cores e os cristais têm energias muito benéficas que podem
começar a nutrir seus monstros com esse novo tipo de alimento.
Quer
exemplos de ingredientes para começar a praticar a nova culinária? O cristal
conhecido como Ametista transmuta energia negativa em positiva. O amarelo, seja
pela vibração da cor seja pelo uso de uma gema chamada Citrino, energiza o
plexo solar e fortalece o poder pessoal e a autoconfiança.
Vamos
lá!
O
que impede você de experimentar a alegria agora?
Mudar
a dieta desses barulhentos e assustadores seres só depende de você e isso vai fazer
melhorar, como num passe de mágica, a qualidade de muitas áreas de sua vida.
Ainda
vamos detalhar muito a composição dessa dieta em outras conversas... Até lá,
coloque seus monstros de regime!
(originalmente publicado na Revista Digital UP-Universos Paralelos, 2011)
(originalmente publicado na Revista Digital UP-Universos Paralelos, 2011)
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